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Braskem prevê sobreoferta no setor petroquímico global pelo menos até 2030

Uma questão que tem impactado a petroquímica internacional, com fortes reflexos no Polo de Triunfo, ainda deve demorar para ser equacionada. Conforme estimativa da Braskem, principal empresa do setor no Brasil e no complexo gaúcho, a expectativa é que em cinco anos a oferta global de eteno (uma das principais matérias-primas do segmento) seja da ordem de 279 milhões de toneladas, superando a demanda que deverá ser de cerca de 223 milhões de toneladas (diferença de aproximadamente 20%).

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Uma questão que tem impactado a petroquímica internacional, com fortes reflexos no Polo de Triunfo, ainda deve demorar para ser equacionada. Conforme estimativa da Braskem, principal empresa do setor no Brasil e no complexo gaúcho, a expectativa é que em cinco anos a oferta global de eteno (uma das principais matérias-primas do segmento) seja da ordem de 279 milhões de toneladas, superando a demanda que deverá ser de cerca de 223 milhões de toneladas (diferença de aproximadamente 20%).

Quanto à taxa de ociosidade média das plantas produtoras de eteno, a previsão é de um percentual de 19%. “Essa crise é a mais longa, profunda e duradoura com a qual a indústria petroquímica mundial se defronta”, afirma o presidente da Braskem, Roberto Ramos. Essa questão afeta particularmente o Polo de Triunfo que hoje atua, segundo o executivo, com uma ociosidade de cerca de 35% quanto à produção de eteno.

De acordo com informações do Comitê de Fomento Industrial do Polo do Rio Grande do Sul (Cofip), esse quadro chegou a ser, recentemente, até mais grave, atingindo o patamar histórico de 45%. Porém, Ramos salienta que, nesse caso, a baixa ocupação também passou por um problema em um transformador que afetou a capacidade de produção da companhia. Mesmo assim, ele admite que 65% de índice de ocupação é baixo para a operação do complexo gaúcho.

Uma das medidas para a Braskem melhorar a performance do ativo gaúcho, que já havia sido informada no começo do ano e que continua no plano da companhia, é a substituição do uso de nafta por gás, uma matéria-prima mais competitiva dentro da cadeia dos plásticos. Ramos detalha que a planta 2 da central petroquímica de Triunfo foi projetada para conseguir processar nafta ou propano (gás). Ele adianta que a ideia é importar propano em estado líquido da Argentina.

Na unidade 1, ele diz que a proposta é abastecer essa estrutura com etano liquefeito, trazido inicialmente dos Estados Unidos, mas futuramente podendo vir da Argentina, para fazer uma mistura com a nafta. Além disso, o dirigente sustenta que a petroquímica nacional precisa de medidas de proteção tarifária para poder concorrer com empresas estrangeiras que colocam produtos no Brasil com valores inferiores aos praticados em seus próprios mercados. “Isso configura uma situação de dumping e esperamos que o governo brasileiro esteja suficientemente informado e sensibilizado para poder nos dar essa proteção e permitir que a gente compita em condições de igualdade”, afirma o executivo.

Sobre o impacto da elevação das tarifas dos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, Ramos comenta que, no caso da Braskem, o reflexo é praticamente irrelevante. Ele lembra que os norte-americanos isentaram a importação de polímeros brasileiros da taxa de 50%. “Então, as poucas exportações que a gente faz, eventualmente, de polietileno e polipropileno para lá não sofreria nenhum tipo de sobretaxa”, assinala o dirigente.

Ele acrescenta que a Braskem exporta outros produtos químicos como butadieno e isopreno, que foram taxados, porém o total financeiro não é expressivo. As exportações da Braskem, oriundas do Brasil para os Estados Unidos, totalizaram no primeiro semestre deste ano R$ 391 milhões, o que representa menos de 1% da receita da companhia.

Ramos participou nesta quinta-feira (7) de apresentação dos resultados financeiros da Braskem. A empresa registrou um prejuízo de R$ 267 milhões no segundo trimestre deste ano, depois de vir de um primeiro trimestre em que verificou um lucro líquido de R$ 698 milhões.

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