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Fed decide novo corte de juros e testa fôlego da Bolsa brasileira

A expectativa majoritária é de um corte de 0,25 ponto percentual para a taxa básica de juros americana, mas o foco será maior na comunicação do chairmam do Fed, Jerome Powell, após o anúncio. O mercado vai analisar se o tom vem mais duro ou mais suave com relação aos cenários para a continuidade dos cortes de juros ano que vem.
William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue

Inflação cai, mas indicador-chave desafia meta do Fed. Após atingir o pico de 7,2% em junho de 2022, a inflação americana recuou para níveis abaixo de 3% ao ano. Mesmo assim, o índice de preços do consumidor, (PCE, na sigla em inglês), indicador preferido do Fed para orientar a política monetária, permanece acima da meta de 2%. Ao longo desse período, a taxa de juros de referência dos Estados Unidos chegou a subir até 5,5% ao ano, entre julho de 2023 e agosto de 2024, quando começou a ser reduzida.

Inflação ainda preocupa. Apesar das apostas em corte dos juros, alguns membros do próprio Fed alertam que os preços pararam de recuar. A inflação voltou a subir em setembro em relação a agosto, de 2,7% para 2,8% ao ano.

Ata da reunião de outubro do Fed mostrou que a inflação gera divergências no Fomc (da sigla em inglês para Comitê Federal de Mercado Aberto). Os dirigentes observaram que o comportamento do núcleo tem ficado elevado, em parte porque a desaceleração dos preços em serviços de moradia foi compensada por reajustes de bens, influenciados pela política do presidente Donald Trump de tarifas de importação mais elevadas.

Por outro lado, mercado de trabalho está piorando. Os juros elevados frearam as contratações, e a taxa de desemprego subiu para 4,4% em setembro, acima dos 4,3% de agosto e dos 4% registrados em janeiro, segundo o Departamento do Trabalho. Essa deterioração tem sido um dos fatores que pressionam o Fed a seguir cortando os juros.

O Federal Reserve enfrenta um dilema crescente, de calibrar o combate a uma inflação ainda resistente diante de sinais cada vez mais claros de desaceleração do mercado de trabalho. Por isso, esperamos uma decisão dividida nessa reunião, com um corte de 0,25 ponto percentual agora, seguido de uma pausa para avaliação dos dados subsequentes. Para 2026, projetamos juros próximos de 3% ao ano.
Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research

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