Studio Ghibli do ChatGPT não funciona? Entenda polêmica com imagens da IA

Usuários do plano gratuito do ChatGPT não conseguem acessar o recurso desde o dia 26 de março, quando Sam Altman, CEO da OpenAI, escreveu no X (antigo Twitter) que "as imagens no ChatGPT foram muito mais populares do que esperávamos (e tínhamos expectativas bem altas)" e infelizmente, o lançamento da versão gratuita seria adiada. A situação acabou afetando a criação de todas as fotos na IA. Nesta sexta (28), a plataforma não foi capaz nem de responder a um prompt simples, como "crie uma imagem do Rio de Janeiro".

O ChatGPT já criava imagens, mas a IA agora faz isso nativamente. Antes, dependia do modelo DALL-E para realizar essa tarefa. Além disso, o upgrade chamado "4o Image Generation" consegue "pensar" mais antes de entregar uma foto e apresenta resultados mais precisos e detalhados. Ele também pode editar imagens existentes, incluindo fotos com pessoas nelas transformando itens em primeiro e até no segundo plano.

Embora o estilo do anime tenha sido usado para criar imagens dos próprios usuários e de memes, o novo recurso do ChatGPT também foi aplicado para recriar conteúdos negativos, como os ataques às Torres Gêmeas em 11 de setembro e o assassinato do ex-presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy. Até o Governo Donald Trump aderiu à trend usando a conta oficial da Casa Branca no X para postar uma imagem no estilo Ghibli de uma mulher recentemente presa por agentes de imigração dos Estados Unidos.

A atualização na ferramenta também inclui mudanças nas políticas de moderação de conteúdo da IA, que agora permite a geração de imagens retratando figuras públicas, símbolos de ódio e características raciais.

“Estamos mudando de recusas gerais em áreas sensíveis para uma abordagem mais precisa focada em prevenir danos no mundo real. O objetivo é abraçar a humildade: reconhecer o quanto não sabemos e nos posicionar para nos adaptarmos conforme aprendemos", disse Joanne Jang, líder de comportamento de modelo da OpenAI, em comunicado publicado na quinta-feira (27).

O fato de a IA imitar trações de estúdios criativos, como Pixar ou o Ghibli, também levanta debates em torno do uso de obras protegidas por direitos autorais.

Taya Christianson, porta-voz da OpenAI, já havia informado que a empresa "continua impedindo a gerações no estilo de artistas vivos individuais, mas permitimos estilos de estúdio mais amplos — que as pessoas usaram para gerar e compartilhar algumas criações originais verdadeiramente encantadoras”, destacou em e-mail enviado ao New York Times.

As mudanças seguem em treinamento, já que, também na quinta-feira, Altman sinalizou no X que a empresa estava "recusando algumas gerações de imagens que não deveriam ser permitidas".

Criado em 15 de junho de 1985 por Hayao Miyazaki, Isao Takahata e Toshio Suzuki, o Ghibli é um estúdio de animação japonês. É conhecido especialmente por ter traço leve, cores suaves e tons pastéis, além de colocar os personagens em cenários mágicos e detalhados e com bastante referências de natureza. Alguns dos filmes mais famosos são: A Viagem de Chihiro (2001), Princesa Mononoke (1997) e Meu Vizinho Totoro (1988).

A trend com as imagens inspiradas no Ghibli trouxe de volta um vídeo de Miyazaki de 2016, no qual ele critica ferramentas de IA. Na ocasião, ele disse que “nunca desejaria incorporar essa tecnologia ao trabalho” e acrescentou: “Sinto fortemente que isso é um insulto à própria vida”.

Enquanto a OpenAI não libera novamente a geração gratuita das imagens, existem alternativas para fazer desenhos parecidas com o estilo Studio Ghibli usando outras IAs, como Gemini Google e Grok. Para fazer isso, lembre-se de acessar as ferramentas de IA e inserir um comando bastante detalhado, como "Crie uma imagem de uma menina com cabelos soltos no estilo do Estúdio Ghibli. Ela precisa estar sentada em uma sala de escola, usando uniforme e estudando". O resultado gerado pelo Gemini está na imagem abaixo.

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